quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Turquia: Istambul


A Turquia foi por muito tempo uma espécie de destino exótico. Mas sei que agora é tema de novela então deve ter muita gente pensando em ir dar um pulo lá, e como esse é um dos meus destinos favoritos vou contar um pouquinho das minhas aventuras.

Eu levei muito tempo tomando coragem para ir às terras turcas, pois por ser um país muçulmano eu tinha muito receio de ser mulher viajando sozinha e de todas as possível enrascadas em que eu podia me meter. Sei de gente que de fato teve problemas. De todo modo, eu sempre digo que todo lugar desconhecido pode ser perigoso (país desenvolvido ou não) então todo o cuidado e atenção é necessário.

Istambul ou antiga Constantinopla com suas muralhas e que foram invadidas somente 2 vezes em 1600 anos 
(a primeira vez em 1204 na Quarta Cruzada e a segunda vez pelo Sultão Mehmet - o Conquistador em 1453) é hoje uma cidade cosmopolita, e recebe viajantes de todas as partes do mundo.

Eu peguei um voo da Easyjet de Londres até Istambul, e do aeroporto peguei um ônibus até a cidade. O ônibus parou em Taksim Square. Uma grande praça com acesso para o Metrô. De cara fiquei meio assustada com a quantidade de gente. E uma vez que achei a entrada do metrô eu não entendia como comprar a passagem e não havia nenhuma cabine de ticket, só uma máquina. Comprei o ticket e observei o que o mar de gente com pressa fazia na catraca. Entrei e sai procurando meu destino, mas não sei por que acabei passando em outra catraca e tive que pagar de novo (hahahah).

Cheguei ao centro, estava uma chuva danada, quase de noite, horário do rush, bagunça total. Chegando ao meu albergue, era sob uma loja de tapete, e o lugar chamava-se Istanbul Harmony Hostel. O hostel era super barato, 8 euros, com café da manhã incluso (simples porém gostoso), e bem localizado, mas nada excelente. Aparentemente eles servem uma macarronada na janta, mas não vi acontecer nenhuma das 3 noites que estive por lá.  Os quartos são ok, várias beliches, sem muito espaço, com grandes janelas. Os banheiros são ok, limpos, porém sem papel higiênico (aliás, recomendo a todos que sempre carreguem lenços de papel naquelas embalagens menores individuais dentro da mochila/bolsa onde quer que você for, e na Turquia este é um item essencial, pois nos banheiros turcos se usam os famosos baldinhos de água para se limpar). Este lugar não é nenhum um pouco luxuoso, e bem ruinzinho comparado com muitos lugares que já fiquei. Mas dá para conhecer outros viajantes e tem wi-fi.

Como era de noite eu estava com bastante fome, logo coloquei um casaco e já estava saindo para procurar um restaurante quando na porta um dos atendentes do hostel perguntou, "onde você vai?", "tem algum restaurante baratinho por aqui?", ele me indicou algumas coisas, ali na mesma rua e já foi logo avisando "não pare na rua para falar com ninguém, não entre em nenhum outro lugar." Achei um lugar baratinho que servia um Kofta (ou Kafta) com uma boa aparência e arroz. Voltei ali todas os dias que estive em Istambul.

Istambul é uma graça, no dia seguinte fui passear pela Mesquita Azul ou Mesquita do Sultão Ahmed - um dos lugares mais bonitos em que eu já estive. O nome de Mesquita Azul vem dos azulejos azuis que fazem parte das paredes internas da mesquita. Construída entre 1609 e 1616, durante o império de Ahmed I. Tem influencias Bizantinas e de tradicional arquitetura islâmica. Possuí 6 Minaretes e 8 Domos e um Domo principal. Recomendo visitação a outras mesquitas, pois cada uma tem a sua peculiaridade e arquitetura diferente. Lembre-se que é um lugar religioso, então sempre respeite os outros (nada de roupas curtas e peladas, e para as mulhers use um véu onde necessário).

De lá fui para a Basílica Cisternas. Eu achei um passeio bem interessante. É a maior das cisternas de Instambul. Está localizada na mesma região que o Hagia Sofia e a Mesquita Azul. Muitas das colunas são esculpidas incluindo algumas com cabeça de medusa, e vieram de templos pagãos da região de Anatólia. As cisternas foram por muito tempo esquecidas até que locais começaram a retirar água. De curiosidade alguns filmes tiveram as cisternas como cenário incluindo James Bond e The International.

 A 150 metros da Basílica Cisternas está o famoso Hagia Sofia que é uma antiga igreja, que foi transformada em mesquita que finalmente foi transformada em museu, e possuí bastante influencia bizantinas em sua arquitetura. Outra opção de museu é o Palácio de Topkapi .

Palácio de Topkapi é a antiga residência real, hoje é abriga importantes relíquias religiosas muçulmanas. Incluindo também porcelanas, vestimentas, armaduras, joias e tesouros do período Otomano. O palácio é parte do Patrimônio da Humanidade da UNESCO.

Se tiver cansado dos museus e mesquitas uma boa pedida é o  Grande Bazar; este está em funcionamento desde 1461, é um dos mais antigos do mundo. A arquitetura e mosaicos são muito bonitos. E se a ideia for fazer compras há mais de 4 mil lojinhas vendendo todos os tipos de coisas de suvenires a condimentos. O passeio de barco pelo Rio Bósforo é outra boa distração já que o barco chega até a ponte que liga a Europa a Ásia, passando por mesquitas, palácios, castelos e fortes;  é um modo de se distrair e ver a cidade de uma visão totalmente diferente. Também é interessante ver o intenso tráfico de barcos já que o Rio Bósforo liga o Mar Mediterrâneo com o Mar Negro, é um dos rios com o trânsito mais intenso do mundo.
 
Um dos meus lugares favoritos é o Palácio Dolmabahçe. O palácio possuí acesso ao Rio Bósforo, e belos jardins.  O lustre do palácio dado como presente pela Rainha do Reino Unido é imperdível. O sistema de aposentos é bastante interessante bem como os artefatos da história turca.

De Istambul segui para a Capadócia em um ônibus noturno. Mas isso eu conto depois.
 
Preços: não achei os preços de museus e palácios nada baratos, chega a ser o mesmo preço senão um pouco mais caro que o resto da Europa. Poucos lugares ofereciam desconto para Estudante (que eu lembre só o Palácio de Dolmabahçe). Alimentação não é caro.



 


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