A Turquia foi por
muito tempo uma espécie de destino exótico. Mas sei que agora é tema de novela
então deve ter muita gente pensando em ir dar um pulo lá, e como esse é um dos
meus destinos favoritos vou contar um pouquinho das minhas aventuras.
Eu levei muito tempo tomando
coragem para ir às terras turcas, pois por ser um país muçulmano eu tinha muito
receio de ser mulher viajando sozinha e de todas as possível enrascadas em que
eu podia me meter. Sei de gente que de fato teve problemas. De todo modo, eu
sempre digo que todo lugar desconhecido pode ser perigoso (país desenvolvido ou
não) então todo o cuidado e atenção é necessário.
Istambul ou antiga Constantinopla com suas muralhas e que foram invadidas somente 2 vezes em 1600 anos
(a primeira vez em 1204 na Quarta Cruzada e a segunda vez pelo Sultão Mehmet - o Conquistador em 1453) é hoje uma cidade cosmopolita, e recebe viajantes de todas as partes do mundo.
Eu peguei um voo da Easyjet de Londres até Istambul, e do aeroporto peguei um ônibus até a cidade.
O ônibus parou em Taksim Square. Uma grande praça com acesso para o Metrô. De
cara fiquei meio assustada com a quantidade de gente. E uma vez que achei a
entrada do metrô eu não entendia como comprar a passagem e não havia nenhuma
cabine de ticket, só uma máquina. Comprei o ticket e observei o que o mar de
gente com pressa fazia na catraca. Entrei e sai procurando meu destino, mas não
sei por que acabei passando em outra catraca e tive que pagar de novo (hahahah).
Cheguei ao centro, estava
uma chuva danada, quase de noite, horário do rush, bagunça total. Chegando ao
meu albergue, era sob uma loja de tapete, e o lugar chamava-se Istanbul Harmony Hostel. O
hostel era super barato, 8 euros, com café da manhã incluso (simples porém
gostoso), e bem localizado, mas nada excelente. Aparentemente eles servem uma
macarronada na janta, mas não vi acontecer nenhuma das 3 noites que estive por
lá. Os quartos são ok, várias beliches, sem muito espaço, com grandes janelas. Os
banheiros são ok, limpos, porém sem papel higiênico (aliás, recomendo a todos que sempre carreguem lenços de papel naquelas embalagens menores individuais dentro da mochila/bolsa onde quer que você for, e na Turquia este é um item essencial, pois nos banheiros turcos se usam os famosos baldinhos de água para se limpar). Este lugar não é nenhum um pouco luxuoso, e bem ruinzinho
comparado com muitos lugares que já fiquei. Mas dá para conhecer outros viajantes
e tem wi-fi.
Como era de noite eu
estava com bastante fome, logo coloquei um casaco e já estava saindo para
procurar um restaurante quando na porta um dos atendentes do hostel perguntou, "onde
você vai?", "tem algum restaurante baratinho por aqui?", ele me
indicou algumas coisas, ali na mesma rua e já foi logo avisando "não pare
na rua para falar com ninguém, não entre em nenhum outro lugar." Achei um
lugar baratinho que servia um Kofta (ou Kafta) com uma boa aparência e arroz. Voltei ali
todas os dias que estive em Istambul.
Istambul é uma graça,
no dia seguinte fui passear pela Mesquita Azul ou Mesquita do Sultão Ahmed - um
dos lugares mais bonitos em que eu já estive. O nome de Mesquita Azul vem dos
azulejos azuis que fazem parte das paredes internas da mesquita. Construída
entre 1609 e 1616, durante o império de Ahmed I. Tem influencias Bizantinas e
de tradicional arquitetura islâmica. Possuí 6 Minaretes e 8 Domos e um Domo
principal. Recomendo visitação a outras mesquitas, pois cada uma tem a sua
peculiaridade e arquitetura diferente. Lembre-se que é um lugar religioso,
então sempre respeite os outros (nada de roupas curtas e peladas, e para as mulhers use um véu onde necessário).
De lá fui para a
Basílica Cisternas. Eu achei um passeio bem interessante. É a maior das
cisternas de Instambul. Está localizada na mesma região que o Hagia Sofia e a
Mesquita Azul. Muitas das colunas são esculpidas incluindo algumas com cabeça
de medusa, e vieram de templos pagãos da região de Anatólia. As cisternas foram
por muito tempo esquecidas até que locais começaram a retirar água. De
curiosidade alguns filmes tiveram as cisternas como cenário incluindo James
Bond e The International.
A 150 metros da Basílica Cisternas está o famoso Hagia Sofia que é uma antiga igreja, que foi transformada
em mesquita que finalmente foi transformada em museu, e possuí bastante influencia
bizantinas em sua arquitetura. Outra opção de museu é o Palácio de Topkapi .
Palácio de Topkapi é a antiga
residência real, hoje é abriga importantes relíquias religiosas muçulmanas. Incluindo
também porcelanas, vestimentas, armaduras, joias e tesouros do período Otomano.
O palácio é parte do Patrimônio da Humanidade da UNESCO.
Se tiver cansado dos
museus e mesquitas uma boa pedida é o Grande Bazar; este está em
funcionamento desde 1461, é um dos mais antigos do mundo. A arquitetura e
mosaicos são muito bonitos. E se a ideia for fazer compras há mais de 4 mil lojinhas vendendo
todos os tipos de coisas de suvenires a condimentos. O passeio de barco pelo
Rio Bósforo é outra boa distração já que o barco chega até a ponte que liga a Europa
a Ásia, passando por mesquitas, palácios, castelos e fortes; é um modo de se distrair e ver a cidade de uma
visão totalmente diferente. Também é interessante ver o intenso tráfico de barcos
já que o Rio Bósforo liga o Mar Mediterrâneo com o Mar Negro, é um dos rios com
o trânsito mais intenso do mundo.
Um dos meus lugares
favoritos é o Palácio Dolmabahçe. O palácio possuí acesso ao Rio Bósforo, e
belos jardins. O lustre do palácio dado
como presente pela Rainha do Reino Unido é imperdível. O sistema de aposentos é
bastante interessante bem como os artefatos da história turca.
De Istambul segui para
a Capadócia em um ônibus noturno. Mas isso eu conto depois.
Preços: não achei os
preços de museus e palácios nada baratos, chega a ser o mesmo preço senão um
pouco mais caro que o resto da Europa. Poucos lugares ofereciam desconto para
Estudante (que eu lembre só o Palácio de Dolmabahçe). Alimentação não é caro.
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