quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Da Rússia com Amor (From Russia with Love)



O título desse post não se refere as aventuras de James Bond, mas a minha viagem em Março de 2011 até as terras quase polares da Rússia. 

Escolhi fim de Março, pois esperava temperaturas baixas, porém mais amenas, e não um -10C em São Petersburgo e constante 0 e -1C em Moscou, sem contar a neve diária.
Uma pessoa tem de conhecer as temperaturas baixas de certas regiões para apreciar o calor tropical de outras. Viajar no frio não é tarefa fácil. A mochila pesa mais, as roupas no seu corpo pesam mais, ficar andando no frio o dia inteiro fica bem cansativo. E de modo geral no inverno europeu os dias são bem mais curtos.

Mas ir a Rússia era um sonho. Por muitos anos brasileiros precisavam de visto para ir até aquele país, como ainda precisam a maioria dos outros viajantes, por esse motivo a Rússia não é um lugar cheio de mochileiros ou viajantes solos. Atualmente  brasileiros não se precisam mais aplicar para um visto, o que facilita bastante o planejamento da viagem. Porém, como está não é uma informação muito divulgada e como é um tanto recente, muita gente não sabe disso e meu problema começou logo aí.

Para cortar custos, eu peguei um voo de Londres para Riga na Letônia e voaria de volta saindo de Tallinn na Estônia. Em Riga, pegaria um ônibus noturno até Moscou. A moça que cuida dos passageiros não queria me deixar embarcar, pois ela estava verificando o passaporte de todos que estavam indo viajar, para evitar gasto e tempo perdido com pessoas sem visto, uma vez que chegássemos na fronteiro. Bom, eu não tinha um visto, e ela não queria me deixar embarcar. E como ela falava pouco inglês, disse que eu não poderia. Eu tentei explicar que não precisava, e até os passageiros sem envolveram na conversa com um ar de “você, brasileira, não precisa de visto? Duvideodó!” Tentei explicar o acordo do Brasil, enfim a moça chamou uma outra pessoa e eu expliquei de novo e ela me deixou subir mas avisou “você vai ter problemas na fronteira”.

O ônibus ia por uma estrada escura e deserta. Lá fora só neve. Logo que chegamos na fronteira da Letônia com a Rússia, sem maiores problemas, depois imigração Russa, desce todo mundo do ônibus, mala e passaporte em mãos, a mocinha esquece de me entregar um documento que tenho que preencher, sou a última da fila, assim que chego no oficial, ela olha me passaporte, olha o sistema, olha mais o sistema, e dai finalmente pergunta em inglês “vai para Moscou?” “Sim” eu respondo, passaporte carimbado e pronto.

Nessa hora fica a dica, ninguém tem muita informação e até aquele momento nem os oficiais tinham muita informação, mas vá sem medo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário